sábado, 26 de maio de 2007

O outro lado do Espelho...

...E Rosa se questiona numa tal de Ficção Completa (441) :
"Não haveria em mim uma existência central, pessoal ou autonoma? Seria eu um...des-almado? Então, o que se me fingia de um suposto eu, não era mais que, sobre a persistência do animal, um pouco de herança, de soltos instintos, energia passional estranha, um entrecruzar-se de influências, e tudo o mais que na impermanência se define? Diziam-me isso os raios luminosos e a face vazia do espelho - com rigorosa infidelidade. E, seria assim, com todos? Seríamos não muito mais que as crianças - o espírito do viver não passando de ímpetos espasmódicos, relampejados entre as imagens: a esperança e a memória.
Mas, o senhor estará achando que desvario e desoriento-me, confundindo o físico, o hiperfísico e o transfísico, fora do menor equilíbrio de raciocínio ou alinhamento lógico - na conta agora caio. Estará pensando que, do que eu disse, nada se acerta, nada prova nada. Mesmo que tudo fosse verdade, não seria mais que reles obsessão auto-sugestiva, e o despropósito de pretender que psiquismo ou alma se retratassem em espelho..."
"Trebusco", como o próprio, saber se cheguei a existir ou a imagem que ouso continuar tentando não enxergar me insere onde eu deveria estar; o lirismo ainda me transforma em mundo todos os dias e meus eu's se confundem com a constante mudança. De um lado vejo o lúdico, do outro, por sua vez, aquele velho e bom Ludovico - de Luigi - ou se preferires: o de Kubrick... opostos? Talvez! Mas ambos são arte, imagens, sentidos - espelho da alma ou psiquismo - ambos são eu e são você, vocês; nossos eu's!

(Bagatellas)

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Limiar da Bagatella


"Eu quero me arriscar!Talvez
essa seja a única maneira de
salvar - O que está ai! Nós não
sambemos. Arriscar então! De
tudo que flui dentro de nós,
deixar que venha à tona tudo
que nunca pensamos em usar
para criar um momento -
deixar fluir em direção ao que
poderia ser! É nossa chance -
Nossa chance de arcar com o que está ai."
(Susan Gaspell)

...e então, mostrar a "bagatella" que surge dia após dia
e cresce como chama faminta, entrelaçando a alma
e cruzando a arte de ser, estar, existir, criar e expandir.
E então, no limiar das palavras escondidas, seguir o fluxo dos
sentidos...

(Bagatellas)